quarta-feira, 30 de julho de 2014

Visita ao Lar São Vicente

   Essa semana aconteceu uma coisa muito boa comigo. Uma amiga me convidou a ir conhecer um asilo (eu sempre tive vontade de ir, mas nunca havia tido oportunidade). O nome do lugar é Lar São Vicente de Paulo, fica aqui na cidade de Sorocaba e é encantador! 

  No começo fiquei bastante tímida, pois é difícil se relacionar com pessoas que você não conhece, ainda mais sendo idosos e, muitas vezes, não gostam de papo. Mas conhecendo o local, andando e cumprimentando todo mundo, me senti muito à vontade e até conversei com uns senhorezinhos.

O que há no Lar São Vicente?

  Assim que chegamos lá (com uma paisagem linda pois o dia estava incrível) tivemos que dar nossos nomes e numero do rg, e pegamos um crachá de visitantes. 



           
Assim que chegamos soubemos que eles haviam recebidos roupas de doações, então ajudamos a carregar e guardar. Descobri que o local vive de doação, e os gastos são enormes (cerca de 203.000,000 por mês). Há, inclusive, um bazar onde algumas doações que não foram usadas - incluindo móveis, livros, cds etc.- são vendidos para auxiliar na renda dos mesmos. E também para aumentar a renda, o lar faz eventos num salão que compota 1500 pessoas. 


 

   O lar, por ser católico, também é muito religioso e lá mesmo há uma igreja (não perguntei se ela está em funcionamento), e há uma sala dentro da casa onde acontecem algumas pequenas missas, e eles são livres para rezar. 
   O interessante é que há imagens catolicistas por todos os lados, santos, cruzes.. Isso dá um ar mais antigo e aconchegante. 





Logo que entrei pude observar a arquitetura clássica do lugar, haviam fotos de todos que estavam morando lá e também daqueles que faleceram recentemente.  


Fomos recebidos pelo Seu Cura, que nos mostrou a casa inteira inclusive um museu, onde guardam a história do Lar São Vicente, com fotos e objetos muito peculiares. Encantador. 











E os moradores do asilo ? 

  Num primeiro momento, você vê apenas senhores e senhoras assim como sua avó, seu avô, talvez um tio, um pai, uma mãe.. senhores comuns, idosos que já passaram por muitas experiências e agora apenas descansam num bom lugar pra se viver... Mas depois de umas conversas cá, conversas lá, você passa a perceber que muitos estão abandonados pela família, mesmo depois de já terem feito muito por eles. Muitos lá enchem os olhos de lágrimas ao falar da vida que tiveram... Uma miss, um cantor, um cineasta... Eles foram como nós, cheios de sonhos, muitos realizados e muitos que nem estavam nos planos. Todos tiveram uma vida, uma família... assim como nós. Porém, há muitas pessoas que não dão valor naqueles que são mais velhos, às vezes por estarem debilitados ninguém assume a responsabilidade de cuidar, de amar. 
   Não só quem está de fora percebe o abandono, mas eles mesmos se sentem abandonados. Muitos senhores e senhoras acreditam que já não devem mais viver, que estão fazendo peso na Terra, que já passaram da hora de morrer. 
   Quando escutei um senhor falando que estava "esperando a morte" fiquei desconcertada com essa frase, mas ele não era o único ali que tinha esse pensamento. A maioria que vive lá realmente espera a morte. Eles acham que já viveram tudo o que tinham pra viver e que agora são insignificantes. Isso mexeu comigo, pois em um dia os visitando eu aprendi muito, mas eles não sabiam disso. 

  Os idosos não são um peso na Terra. Por mais que estejam debilitados, fracos ou doentes é a nossa obrigação cuidar e prezar pela vida deles. Seremos velhos também, e colhemos tudo aquilo que plantamos. 
   Dê amor, seja amado. Aprenda a respeitar quem só tem a te ensinar. Converse com um velhinho, pergunte sua história. Eles tem muito pra contar e não ligue de perder um dia inteiro ouvindo-os. Deem a atenção que eles merecem, pois sem nossos vovôs e vovós o que seria de nosso crescimento? 

Ame um velhinho. 









Muito obrigada a todos que estiveram comigo nessa experiência inesquecível! 


Contato para ajudar nossos vovôs do Lar com doações:
Telefone: (15) 3313-9100 / 3313-2025
Email: contato@ssvp.org.br 

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